Dia Nacional do Cerrado, o Projeto Ressavanar e a Tikun Olam

Transformação de espaços urbanos

Um dia marcado pela retomada de um território que, até aquele momento, era usado como área de descarte de lixo inorgânico.

Jabuticaba, Ipê, Copaíba, Aroeira e Pequi. Estas são apenas algumas das mais diversas variedades de espécies que constituem nosso cerrado, além da enorme quantidade de insetos, animais que se adaptam melhor ao clima seco. A maior riqueza que o Brasil possui é a sua biodiversidade, sendo que o cerrado representa em média 22% de nossas florestas, o equivalente a 200 milhões de Km², o que nos torna o segundo maior bioma da América do Sul.

Nos dias atuais, quanto mais nos afastamos do centro das grandes cidades, seja sentido litoral ou interior, mais podemos contemplar a grandiosidade das reservas florestais com nascentes e abundância de recursos naturais, porém o cenário quanto a sua preservação não é dos melhores. Mais da metade destas florestas já foram devastadas, comprometendo suas conexões ecológicas e toda a reserva de água doce mantida através dos lençóis freáticos. Dados sobre o desmatamento nos mostram o quanto é importante refletirmos sobre a necessidade de preservação do meio ambiente, pois esta realidade gera impactos em nossas vidas como indivíduos e como sociedade. Como forma de convite a estas reflexões, em 2003 foi determinado o dia do cerrado – 11 de Setembro.

Neste dia, o Projeto Ressavanar, projeto que promove ações de reflorestamento da mata nativa na cidade de Carapicuíba, região Oeste da grande São Paulo, nos convidou e, através de uma parceria, tivemos a honra de participar de uma destas ações. Um terreno localizado próximo ao centro da cidade deixou de ser depósito de entulhos e voltou a ser um solo fértil e contribuir positivamente para a comunidade e seu entorno. As crianças da guarda mirim de Carapicuíba tiveram a oportunidade de interagir com o meio ambiente e entender a importância de resgatar essa relação de afeto com a natureza através de uma conversa mediada pelo nosso parceiro Marcelo e. Após esta troca de saberes entre gerações, a ação continuou com o tratamento da terra, plantio de mudas e enriquecimento do solo com nosso biofertilizante.

A transformação da nossa realidade está ligada diretamente com a conscientização, sobretudo destas novas gerações, do quanto é importante explorarmos nossos territórios de forma positiva. A reconstrução destes elos com a natureza contribui para nosso conhecimento, para o resgate de nossa humanidade e para lembrarmos que, sem nosso cerrado, há o comprometimento de nossa água doce. São nas pequenas ações que moram o poder de transformar nossas relações com nós mesmos e com o mundo, quanto mais as crianças sentirem despertar em si o senso de coletivo, mais longe chegaremos em nossas vidas.

Texto por Mayre Oliveira