Oferecer melhores condições para as nossas crianças

Tikun Olam - incentivar o engajamento das pessoas para a construção do nosso futuro

“Não herdamos a Terra de nossos ancestrais, nós pedimos emprestado de nossas crianças” (Provérbio Indiano)

Vocês já pensaram sobre isso? As crianças que ainda não nasceram que serão as protagonistas do recebimento do Planeta Terra pelas nossas mãos? Como seria essa cerimônia de entrega? Estaríamos satisfeitos e orgulhosos com o que deixaremos para eles ou o sentimento mais latente  é de tristeza e desgosto?

A grande verdade é que tem gente trabalhando incessantemente para conseguir abrir os olhos de pessoas que ainda não despertaram do sonho do prazer momentâneo e do consumismo exacerbado e inconsequente que vem se intensificando desde a era da Revolução Industrial. Roman Krznaric é um desses guerreiros, ele é autor do livro – The Good Ancestor – que em português tem como título: Como ser um bom ancestral (companhia das letras). A primeira pergunta que ele nos faz é: estamos sendo bons ancestrais para as próximas gerações? Duvidoso. E você leitor(a), o que acha sobre isso?

No livro, Roman fala muito sobre como o atual pensamento a curto prazo está transformando para pior, e muito rápido, o meio ambiente, as relações interpessoais e os processos na Terra, e nos convida a desenvolver o pensamento a longo prazo com a intenção de enxergarmos os benefícios e o bem maior que podemos construir na humanidade enquanto vivos.

Em uma passagem, Krznaric descreve a beleza do conceito do pensamento Catedral, edificação que levava, na maioria das vezes, centenas de décadas para ser erguida. Era um trabalho colaborativo, que exigia o engajamento de muitos,  deduzindo quem desenhou o projeto ou começou a ajudar na preparação da fundação da mesma, jamais teria a oportunidade de ver a obra pronta. Em outra parte do livro, o autor apresenta a árvore de carvalho como ponto de partida para esclarecer essa ideia,  uma espécie que costuma demorar de 50 a 80 anos para crescer e atingir a sua idade adulta, proporcionando uma sombra fresca. Assim como quem constrói uma Catedral ou até mesmo semeia uma árvore de carvalho, estará cooperando com o pensamento a longo prazo, bem como contribuindo com benfeitorias que futuras gerações irão conseguir usufruir. O que motiva uma pessoa a se comprometer com hábitos, projetos e atividades que não terá a chance de ganhar com isso? A grandiosidade deste ato está na generosidade genuína, afeto que cada um de nós tem a opção de gerar, só basta se conectar com o outro, exercendo a empatia que tem dentro de você.

Uma coisa é certa, só teremos resultados diferentes se começarmos de fato a mudar o nosso jeito de existir nesse território. Se continuarmos seguindo nesse caminho, iremos deixar todo o trabalho árduo para as nossas crianças. E no fim do dia, só queremos poder recebê-las de braços abertos, em um ambiente agradável e saudável. Vamos viver uma vida que honremos nossos ancestrais e respeitemos as nossas crianças.

Tikun Olam